sábado, 28 de junho de 2008

O coração da barata...

Recebi por e-mail de um amigo da pós em Educação Ambiental, é claro... Ele é biólogo por formação e me deu seu depoimento sobre vivissecção na faculdade...
Ainda bem que ele não foi obrigado a fazer vivissecção .. Mas eis o que ele disse, poe e-mail:

" .... sobre o seu questionamento referente a vivissecção, mais precisamente sobre a minha experiência com o assunto, poderia te dizer o seguinte, eu, particularmente, não fui "obrigado" a fazer uso da vivissecção na minha graduação, isso por conta do nosso professor de Zoologia que não era favorável a tais procedimentos, nem mesmo a faculdade em que estudávamos.Creio que o único ser vivo que passou pelas minhas mãos (e tb dos meus colegas de turma), que foi sujeitado a uma vivissecção, foi uma barata (Blattaria ou Blattodea, que tb podem ser conhecidas como espécies sinantrópicas - aqueles que vivem em função da presença do homem, pela disponibilidade de alimento e abrigo).

A questão ai é que especificamente nessa aula de laboratório (anatomia animal), nós nem imaginávamos que o "bicho" estava vivo, aliás, as baratas foram todas anestesiadas para que pudéssemos realizar os procedimentos.

O curioso foi o seguinte, no momento em que eu já havia dissecado as asas vestigiais, torna-se aparente uma estrututa fina, parecida com um filamento, sobre o "dorso' do exoesqueleto (estrutura "rígida" de revestimento - proteção) do inseto, a qual estava pulsando.
Como visualisei isso pela lupa e a primeira impressão que tive foi de que algo estava errado, assim informei imediatamente o meu professor, onde o mesmo, com certa graça, comentou, "esse é o coração da barata, está batendo...

"Não preciso nem dizer que isso foi um assombro geral na sala, algumas meninas largaram as pinças e bisturi, enquanto alguns outros se afastaram das bancadas. No mais, tudo que fizemos em termos de experimentos com animais, ficamos no âmbito da dissecação (ou dissecção), utilizando animais originários de criadouros que morreram por conta de algum tipo de doença ou acidente.
Em anatomia humana (como não poderia ser diferente) o contato foi com cadáveres e peças, provenientes de laborátorios especializados em autopsia.
Com isso, minha consciência é menos atormentada do que a de certos colegas de formação, que por questões de grana ou até mesmo por falta de reflexão, não se atentam às vidas de forma geral."


Agora o meu pensamento: Imagina o quão mais apavorante seria se fosse realmente uma vivissecção?
Fla.

Um comentário:

Nacci disse...

Parabéns pela iniciativa, estou te lincando e te divulgando. Se precisar de alguma arte referente ao tema me procure.Sucesso